terça-feira, 3 de abril de 2012

Superioridade do homem branco


Situação de Aprendizagem 4
Interações Culturais

Caros alunos, conforme combinado, aqui estão excertos dos textos trabalhados em sala, sintam-se a vontade para consultar, estudar e comentar! 

O poeta britânico Rudyard Kipling, em 1899, publicou um poema intitulado O fardo do homem branco, a respeito da conquista dos Estados unidos sobre as Filipinas. Apesar de seu poema alertar dos perigos e dos custos envolvidos na ação de conquista, tornava-a, ao mesmo tempo, um nobre empreendimento, sob o ponto de vista da “missão civilizatória da raça branca”. Leia a sua primeira estrofe:

“O fardo do homem branco
Tomai o fardo do Homem BrancoEnvia o melhor da tua raçaVão, obriguem seus filhos ao exílio Para servirem às necessidades dos seus cativosPara esperar, com pesados arreios,Com agitadores e selvagensSeus recém-cativos povos entristecidos,Metade demônio, metade criança”.

Você sabia que já se pensou que a população brasileira miscigenada iria diminuir gradativamente até desaparecer, por volta do ano de 2140? Durante o século XIX, as nações mais industrializadas do período partiram em busca de novos fornecedores de matéria-prima, novos mercados consumidores e, graças à acumulação de riquezas nestes países, também atuaram como credores de nações mais jovens e conturbadas, como o Brasil, por exemplo.
A suposta “superioridade do homem branco” servia como justificativa e motivação para que vastos territórios na África, Ásia, Oceania e América fossem dominados, direta ou indiretamente, por nações “mais desenvolvidas”. Muitos acreditavam que se tratava de um esforço, um sacrifício do Homem branco em prol de povos atrasados e “pouco desenvolvidos”.
Retomemos a questão do fim da população brasileira. O responsável pela previsão apresentada acima foi um rapaz que viveu no Brasil e era amigo íntimo de D. Pedro II. Chamavam-no de Conde de Gobineau. Em 1873, logo depois que retornou para a França, após ter ficado um ano em nosso país, Gobineau publicou o ensaio “A emigração ao Brasil”, no qual incentivava os franceses a virem para cá. Vamos ler um trecho do artigo:
“A grande maioria da população brasileira é mestiça e resulta de mesclagens contraídas entre os índios, os negros e um pequeno número de portugueses. Todos os países da América, seja no norte ou no sul, hoje mostram, incontestavelmente, que os mulatos de distintos matizes não se reproduzem além de um número limitado de gerações. A esterilidade nem sempre existe nos casamentos, mas os produtos da raça gradualmente chegam a ser tão malsãos e inviáveis que desaparecem antes de darem à luz, ou então deixam rebentos que não sobrevivem.”

Conde de Gobineau não era uma voz solitária em sua época. Diversos pensadores justificavam a superioridade européia utilizando argumentos biológicos, evolucionistas, inspirados nas teorias darwinistas. Eis algumas palavras de Albert Sarrault, um defensor do poderio colonial europeu: ‘Age-se, assim, para o bem de todos. A Europa não abandonará, absolutamente, sua autoridade colonial. Ela está no comando e no comando deve permanecer’.”
O trecho a seguir foi retirado de um romance de Júlio Verne, famoso por suas obras de viagens e ficção científica. No texto, Verne apresentou influências do contexto neocolonialista europeu.
“O australiano permaneceu selvagem de costumes e de gostos e, por causa de seus hábitos inextirpáveis de canibalismo, ao menos em algumas tribos, está no último degrau da escala humana, quase na categoria dos carniceiros.”


Bons estudos!

3 comentários:

  1. Olá Luiz, estou aqui para deixar meu comentário sobre esse texto que nos foi designado.
    O texto faz relatos de como os europeus viam os índios que aqui encontraram quando chegaram. Podemos perceber como a visão deles é preconceituosa e sem o mínimo de respeito com a cultura que os índios já estavam habituados. Foram comparados a animais canibais que não eram capazes nem de se reproduzirem, o que os levaria a extinção. Eis então que Rudyard Kipling começa a dizer aos europeus para que mandem seus melhores filhos para ajudar e ensinar os selvagens a viver corretamente, de acordo com a cultura européia.

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  2. O texto fala sobre europeus que vieram ao Brasil e se deparam com os indios,onde não demonstram o minimo de respeito pela culturas desses "selvagens" onde são comparados a qualquer coisa menos a humanos por serem mestiços diziam que eram incapazes de se reproduzir e que seriam extintos com o tempo.Uma parte importante do texto e quando Rudyard pede para os europeus para que mandem os seus filhos para que possam povoar o brasil e catequisar esses selvagens.

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  3. Olá professor eu gostaria de saber quem exatamente começou com essa ideologia da "superioridade" do homem branco, e caso puder me indicasse livros sobre esse tema, poi será de grande ajuda!

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